Raku
Começa-se por modelar uma peça de barro poroso, cozendo-a a uma temperatura não muito elevada. Depois, aplica-se o vidrado na peça, e leva-se esta de novo ao forno, a uma temperatura de 800 a 1000 graus.
Atingida esta temperatura, as peças são retiradas ainda incandescentes do forno e colocadas numa atmosfera redutora - isto é, num ambiente com pouco oxigénio. Na prática, isto equivale a mergulhá-las numa substância orgânica como a serradura. É nesta altura que por vezes surge alguma chama; é necessário tapar rapidamente o recipiente da serradura, e deixa-se a peça ficar durante alguns minutos. O fumo que vai escapando neste processo é um lençol espesso, quase viscoso, amarelado e muito tóxico.
Na terceira fase do processo, a peça é retirada da serradura e rapidamente mergulhada em água.
Quando a peça já está suficientemente arrefecida para podermos pegar-lhe, é retirada da água e esfregada de maneira a retirar a serradura carbonizada que ficou agarrada.
Todas estas acções permitem criar efeitos singulares: craquelês, brilhos e texturas especiais, e que - aí reside a magia - apenas em parte são controláveis. Não é possível fazer duas peças de raku iguais, já que não se consegue ter sempre exactamente as mesmas circunstâncias. A porosidade do barro, a quantidade de vidrado e a forma como este se aplica, a temperatura do forno, a madeira de que é feita a serradura, a temperatura da peça, o contacto maior ou menor da superfície da peça com a serradura, o tempo de imersão em água - um instante a mais ou a menos, e abrem-se mais uma rachas, o verde fica mais azul, o brilho fica mais ou menos intenso. As zonas da peça onde não foi colocado vidrado ficam totalmente pretas, o que permite criar contrastes muito interessantes com o vidrado branco, sobretudo quando há craquelê
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